sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Quem Seria Eu?

Quem seria eu?


Eu quero…
Eu quero subir aos céus
Eu quero tocar as nuvens
Eu quero deslizar num arco-íris
Quero correr meus dedos nele
e pintar-me com suas cores

Eu quero…
Eu quero permanecer nos céus
Eu quero voar com as gaivotas
Eu quero mergulhar numa cascata de chuva
Quero brincar com as suas gotas
e libertar-me das minhas impurezas

Eu quero…
Eu quero viver nos céus
Eu quero contar os aviões e avionetas
Eu quero olhar para as estrelas
Quero contá-las, nomeá-las
e ouvir as suas histórias

Mas quem seria eu sem a terra?
Quem seria eu sem as rochas sob os meus pés
Quem seria eu sem as árvores que me ladeiam
as montanhas que me protegem
os animais que me cantam
as flores que me acompanham

Mas quem seria eu sem a terra?
Quem seria eu sem os rios escorregadios
Quem seria eu sem os oceanos gigantes
os peixes que me sorriem
os corais que me abrilhantam o dia
as algas que me ajudam a continuar

Mas quem seria eu sem a terra?
Quem seria eu sem estes seres
Estes seres que se apelidam de humanos
Estes seres que me fazem chorar
que me fazem gritar
que me despedaçam

Mas quem seria eu sem a terra?
Quem seria eu sem tais humanos
Tais humanos que assassinam o seu irmão
Tais humanos que estragam a mãe natureza
que não ouvem o Pai que lhes deu vida
que preferem destruir o outro a repará-lo

Mas quem seria eu sem a terra?
Quem seria eu sem as outras pessoas
Outras pessoas que me fazem sorrir depois de chorar
Outras pessoas que constroem quando tudo desmoronou
que amam sabendo que por isso irão perecer
que ouvem o Pai e Lhe pedem perdão

Mas o que seria eu sem a terra?
Que seria eu sem esta gente
Esta gente que perdoa os erros
Esta gente que não larga a esperança
que cria a paz no meio da guerra
que respeita a mãe chamada Natureza

Quem seria eu
se o meu mundo
nunca fosse
desmoronado?



19 de Agosto de 2009

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A Cura do Tempo

(http://iardacil.deviantart.com/art/Ashes-of-Time-105685863)


A Cura do Tempo

Eles dizem que o tempo tudo cura.
Oh! Se fosse mesmo assim!
Já não sentiria a amargura
de um passado cheio de dó em mim.
Dó em mim pelos meus erros,
os meus erros de abrir a porta,
a janela a quem me apenas quer mal,
para depois ser deixada a apodrecer,
deixada à mercê de outrem.

Eu, nascida sem pecado original,
estou hoje a chorar junto à marginal,
desejando,
sonhando,
relembrando.

Tu partiste-me,
deixaste-me sem reparo;
Tu quebraste-me,
tornaste-me cinza antes da hora;
Tu roubaste-me,
tiraste-me as esperanças,
os sonhos,
a vida.

E assim jazo só,
sob a lua brilhante,
que sorri de forma distante,
abençoando outros diferentes de mim

Se o tempo tudo curasse…
Oh! O que seria de mim!


7 de Maio de 2008

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